Efraim humilhou-se, enquanto Manassés saiu e ajudou seu pai nos seus negócios. Portanto Efraim sempre foi colocado antes de Manassés (Pesikta Rabbati 3:93).

Alguém disse a José: “Eis que teu pai está doente” (Gênesis 48:1). Efraim, que costumava estudar Torá com Jacó, contou a José sobre a doença de seu pai (Tanchuma, Vayechi 6).

“Havia um intérprete entre Faraó e José” (Gênesis 42:23). O intérprete foi Manassés (Bereshit Rabbah 91:8).

Estamos nos acostumando com o padrão. O mais novo substitui o mais velho. Isaac dá a última “risada” na rivalidade com Ismael. Jacó “suplanta” Esaú. Perez vence Zerah por um “fio”. E Efraim recebe a bênção do avô Jacó antes de seu irmão mais velho, Manassés. É a invocação mais famosa na história judaica, quando Jacó, "manobrando" sua mão direita sobre a cabeça de Efraim (apesar dos protestos de José), afirma: "Manassés também se tornará um povo, e ele também será grande; porém seu irmão mais novo será maior do que ele, e a sua descendência se tornará uma multidão de nações” (Gênesis 48:19). Então, voltando-se para seus netos, ele pronuncia a bênção prescritiva que seria invocada sobre cada geração de filhos judeus em todas as vésperas de sábado da história judaica: "Deus te faça como Efraim e como Manassés" (Gênesis 48:20); e, por extensão, sobre as filhas judias: "Deus te faça como Sara, Rebeca, Raquel e Lia."

A esta altura o leitor não fica surpreso, particularmente com as liberdades rabínicas tomadas com o texto bíblico. Como certas frases da história de José carecem de referências nominais, os rabinos substituem, por segundas intenções, as pessoas de Manassés e Efraim. Assim, Efraim é visto como o filho que relata ao pai que Jacó adoeceu. Assim como seu avô, Efraim ficou perto de casa, “na tenda”. E nos últimos dezessete anos da vida de seu avô, Efraim teve a abençoada oportunidade de estudar Torá com Jacó. Daí a proximidade de coração e espírito entre os dois.

Manassés tem uma inclinação diferente. Ele segue os passos de seu pai, José, e não o caminho de Jacó. É ele quem é percebido como intermediário quando José finalmente encontra seus irmãos na corte do Faraó. É um papel importante, mas revela a natureza política de Manassés, que é recompensado pela sua fidelidade, mas num nível menos exaltado do que o estudioso Efraim. Talvez Manassés seja o favorito de José - seu pai realmente tenta reorganizar as mãos de Jacó para abençoar, mas finalmente o filho de Jacó cede aos desejos de Israel. Ele pode ser o vice-rei do Egito, mas nunca desrespeitaria o pai.

Amor filial, respeito, honra e estudo da Torá. Essas foram as características que conquistaram as bênçãos do avô e a inclusão entre as doze tribos de Israel. Embora alguns reis ímpios fossem incluídos entre seus descendentes (Jeroboão, Acabe, Jeú), Jacó sabe que Efraim e Manassés foram gerados de um casamento santo e eram dignos de sua bênção. Todos nós, frágeis mortais, oramos pela mesma compreensão.