Cerca de 4.000 anos atrás, fragmentos da tradição oral (Cabala) foram escritos pela primeira vez na história. Surgiu um livro intitulado Sefer Yetzirah (Livro da Formação), que descreveu cuidadosamente 10 "Emanações" e 22 "Caminhos" estreitos que as unem. Essas Emanações foram chamadas de Sefirot Blimah - ou seja, Emanações sem Essência. Eles foram descritos como 3 trigêmeos + uma Emanação final (Sefirá) que dava o comando final à sequência. Mas esta Emanação final, chamada Malkut (Reino) - onde o nosso planeta Terra é referenciado - foi maior do que qualquer outra Emanação. Na verdade, era do tamanho de 4 Emanações juntas. Os antigos justificaram isto dizendo que Malkut não é espiritual como a outra Emanação, mas compreende os 4 elementos.

Juntas, as 10 Emanações são basicamente chamadas de Árvore, ou Árvore Sefirótica. Existem muitos tipos de Árvores nas Pardes (Pomar, Paraíso) - perfeitas, caídas, parciais, etc. - mas isso é outra história. O que é interessante é que os antigos empilhavam as Árvores umas sobre as outras para criar Escadas de Ascensão em espiral. Esta ascensão ocorreu através dos Mundos, o que significa que partimos do Mundo da Ação – o reino material – até chegarmos ao nível de Deus. Assim, diferentes posições na hélice têm significado e impacto diferentes no ser. Alguns definem nossas características físicas, alguns definem nossos traços psicológicos e assim por diante.

A estrutura do DNA foi descoberta em 1953 por James Watson e Francis Crick. O DNA é uma molécula que carrega as instruções genéticas usadas no crescimento, desenvolvimento, funcionamento e reprodução de todos os organismos vivos conhecidos e de muitos vírus. Praticamente, o DNA é o que nos define. A unidade de DNA (menos que isso, não temos DNA) é chamada de fita tripla. Esta é uma estrutura na qual 3 oligonucleotídeos se enrolam e formam uma hélice tripla - portanto, 3 trigêmeos. Para finalizar a unidade, existe um trio especial, que é chamado de “non sense”. É maior que os outros trigêmeos e não atua como um trigêmeo, mas como um todo. Compare a Árvore Cabalística com a Hélice do DNA nas imagens abaixo.

É notável que tal semelhança exista. Podemos especular que os antigos cabalistas já sabiam o que é o DNA. Na verdade, a Cabala é chamada de “ciência das ciências”, porque supostamente abrange todas as ciências, filosofias e religiões. Há muitos exemplos em que a Cabala antecipa descobertas que foram feitas séculos depois. A verdade é que os antigos cabalistas podem não ter a menor ideia do que é o DNA. Mas tentaram resumir, ou dar um nome, aos fenómenos que os rodeavam. De alguma forma, eles tentaram compreender o “projeto” da Criação e encontraram um modelo repetitivo na natureza. A humanidade difere de outras espécies porque pode relacionar coisas diferentes. Graças a esta habilidade única, tivemos o que chamamos de “progresso”. Essa habilidade é a fornalha de ideias, invenções, tecnologia, mas também pode levar a erros colossais. Seguindo um modelo, podemos ser tentados a seguir um modelo que está simplesmente errado. No entanto, em geral, é mais provável que a natureza siga um padrão repetitivo específico e que o nosso modelo esteja correto, e não o contrário.

A Cabala propõe um modelo para interpretar a realidade com base em padrões sagrados repetitivos encontrados em toda a natureza. As 10 Emanações podem estar relacionadas ao DNA, mas também a todo o Universo. Na verdade, os antigos ligavam o Olam Gadol (Macrocosmo) ao Olam Katan (Microcosmo) - ou seja, o homem. Portanto, representam os planetas, mas também os órgãos internos. Ainda assim, as Emanações não são nenhuma das coisas a que se referem, porque são Bli Mah (sem essência). Aplicamos seu plano para obter uma chave de leitura. Obviamente, será uma chave geral, que aproximará um significado por dedução. Ramos específicos da ciência, hoje em dia, podem fornecer melhores insights. Contudo, a Cabala ainda mantém o seu valor porque é um modelo universal. Ele ainda pode capturar coisas que a tecnologia hiperespecializada não consegue ver e ainda assim nos surpreender. Afinal, sempre quis ser o fio sagrado que une tudo.

Usamos a Árvore do Ari, que é a verdadeira Árvore cabalística e difere daquela que você encontra nos livros sobre magia. Você pode notar que os caminhos não são iguais e apenas um caminho conecta Yesod com Malkut. Além disso, as pessoas estão acostumadas a ver Deus por trás. Assim, costumam colocar a coluna da direita à direita do papel à sua frente, de forma que seu braço direito corresponda à coluna à direita do papel. Se o papel fosse uma pessoa física, para ter essa correspondência, você teria que ficar atrás da pessoa, de costas para ela. Desta forma, os dois braços coincidiriam e o respectivo lado direito seria igual (e assim para o lado esquerdo). Este modelo tem uma falha, pois raramente acontece na vida real. Normalmente, você fica cara a cara com uma pessoa. Os Cabalistas criaram uma Árvore invertida para esconder o segredo do contato face a face. Na verdade, diz-se que ninguém poderia ver Deus face a face. Acreditamos que chegou a hora e podemos apresentar a verdadeira Árvore. Trabalhar com uma Árvore verdadeira significa que, quando você imagina um anjo à sua frente, pratica meditação, etc., você vê as correspondências corretas.